Em São Tomé fala-se o forro, o angolar, o tonga e o monco
(línguas locais), além do português.
No século XVI, naufragou perto da ilha um barco de
escravos angolanos, muitos dos quais conseguiram nadar até a ilha e formar um
grupo étnico a parte. Este grupo fala o angolar, um crioulo de base
portuguesa, mas com mais termos de origem bantu. Há cerca de 78% de semelhanças
entre o forro e o angolar.
O tonga é um crioulo com base no português e em
outras línguas africanas. É falado pela comunidade descendente dos
"serviçais", trabalhadores trazidos sob contrato de outros países
africanos, principalmente Angola, Moçambique e Cabo-Verde.
A ilha do Príncipe fala principalmente o monco (ou
principense), um outro crioulo de base portuguesa e com possíveis acréscimos de
outras línguas indo-européias. Outra língua muito falada em Príncipe (e também
em São Tomé) é o crioulo cabo-verdiano, trazido pelos milhares de
cabo-verdianos que emigraram para o país no século XX para trabalharem na
agricultura.
O são-tomense ou forro (também conhecido como santomé ou santomense) é uma língua nacional de São Tomé e Príncipe, falada em toda a ilha de São Tomé, excepto na ponta sul.O são-tomense é a língua usada nos contactos sociais em praticamente toda a ilha de São Tomé, inicialmente falada pelos escravos libertos ou forros. A maioria dos falantes de são-tomense fala também português.
São-tomense
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Português
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Seja lovadu! (ou sejalovadu)
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Seja louvado (saudação)
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Bom dja ô (ou Bondja
o)
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Bom dia
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Bos tadji ô (ou Boxtadji
o)
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Boa tarde
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Boj notxi ô (ou Bojnotxi
o)
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Boa noite
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Que nomi bo e? (ou Ke
nomi bo e?)
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Como se chama? (literalmente: Que nome você
tem?)
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Nomi mu sa Pedro
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Chamo-me Pedro ou Me chamo Pedro (literalmente:
Nome meu é Pedro)
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O português corrente de São Tomé e Príncipe guarda muitos traços do português arcaico na pronúncia, no léxico e até na construção sintática. Era a língua falada pela população culta, pela classe média e pelos donos de propriedades. Atualmente, é o português falado pela população em geral, enquanto que a classe política e a alta sociedade utilizam o português europeu padrão, muitas vezes aprendido durante os estudos feitos em Portugal.
São Tomé é o terceiro país
na ordem de porcentagem de falantes de português (depois de Portugal e Brasil),
com mais de 95% da população falando português, e mais de 50% da população
usando-a como primeira língua.
Do ponto de vista da ortografia e
da gramática, São Tomé e Príncipe segue as regras do português europeu. A
17 de novembro de 2006, São Tomé e Príncipe ratificou o Acordo Ortográfico
de 1990 e os dois protocolos modificativos, sendo o terceiro país (após o
Brasil e Cabo Verde) a concluir toda a tramitação para a sua entrada em
vigor. No entanto, até ao momento, no país continuam a vigorar as normas
do Acordo Ortográfico de 1945.
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