de vista as
crianças que brincam:
a cobra
preta passeia fardada
à porta das
nossas casas.
Derrubam as
árvores fruta-pão
para que
passemos fome
e vigiam as
estradas
receando a
fuga do cacau.
A tragédia
já a conhecemos:
a cubata
incendiada,
o telhado de
andala flamejando
e o cheiro
do fumo misturando-se
ao cheiro do
andu
e ao cheiro
da morte.
Nós nos
conhecemos e sabemos,
tomamos chá
do gabão,
arrancamos a
casca do cajueiro.
E vós,
apenas desbotadas
máscaras do
homem,
apenas
esvaziados fantasmas do homem?
Vós que
ocupais a nossa terra?
- Maria Manuela Conceição Carvalho
Margarido
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